BRASÍLIA - CARPE DIEM

25/10/2017 18:35

Com tantos 'festivais' nessa época em Brasília - Panelas da Casa, Panela Candanga e Sabor Suíno - resolvi provar o que o Carpe Diem preparou com a carne de porco.

Desde 2000, quando cheguei em Brasília, batia o ponto às segundas-feiras por lá após o horário de trabalho. Adorava o lugar pois não me sentia numa loja adaptada para restaurante, era um lugar tradicional (desde 1991) com uma competência culinária, vamos dizer assim, e fervilhante às segundas quando jornalistas, escritores, artistas e os intelectuais da cidade se reuniam para prestigiar os lançamentos literários que ocorriam por lá. Às vezes era difícil sentar na mesa cativa que escolhemos para conversar e chopear em função da horda de interessados nos seus lançamentos literários. Era um lugar para ver e ser visto ...

Passados alguns anos e com uma frequência muito baixa da minha parte, resolvi voltar hoje para almoçar com o meu 'amigo gourmet' AM. Por volta das 13 horas, de uma quarta-feira, o restaurante, o meu querido Carpe Diem, estava praticamente vazio. Reconheci alguns atendentes do passado,  sempre solícitos e  prontos para lhe servir um chope da Brahma ultra gelado que fez aflorar as lembranças do passado: um chope muito bom!

Com ele o Misael serviu um caldo de abóbora, roquefort, laranja e canela que, apesar de morno, tornou-se mais saboroso com algumas gotas da 'pimenta da casa' pra lá de boa.

 

Enquanto esperava o AM pedi dois croquetes de carne que à época me seduziam ... demorou 'horas' para ser preparado e servido e não vale qualquer comentário pois não tinham gosto e aspecto de antes - página virada.

Escolhemos o menu do 8º Festival Sabor Suíno, como já escrevi no início deste post, e a entrada (Barriga de porco pururucada com chutney de abacaxi, hortelã e curry coberto com crocante de torresmo em cama de tropeiro molhado) veio rapidamente e morna também. Tenho as minhas exigências com relação à pururuca, pois devem estar crocantes mas mastigáveis, uma vez que os meus dentes não são tão fortes como há 20 anos atrás. Mas o sabor do prato estava presente e muito bom, com uma exceção para a adição de hortelã que, a meu ver, não tinha nada a ver com o restante da elaboração do prato. Às vezes acho que os chefs não provam as suas preparações!

Como prato principal um Arroz de Suã de Braga - arroz molhado (caldoso) com pedaços de pernil de porco cozido, linguiça, bacon, repolho, vagem, grão de bico e ervas aromáticas - servido na própria frigideira. A minha curiosidade com relação ao prato deveu-se principalmente porque conhecia o arroz de Braga e o arroz de suã, mas a mistura dos dois ainda não tinha provado - mas deu certo! A título de curiosidade: a história do Arroz de Braga se baseia numa experiência de um cozinheiro português que, com saudade da sua terra, resolveu homenageá-la acrescentando ao arroz basicamente os restos de cozido do dia anterior.  

Concluindo: fiquei bastante satisfeito com o almoço, mas o Carpe Diem não me fez reviver os momentos felizes que vivi por lá em 2000.

Carpe Diem: Asa Sul Comércio Local Sul 104 S 01 - Asa Sul, Brasília - (61) 3325-5301