BRASÍLIA - DUNA - CASA HÚNGARA

30/11/2017 20:32

Atualmente venho dando prioridade para conhecer lugares fora do circuito de sempre. Um italiano, um francês novo e por que não um húngaro? Não sou um conhecedor da culinária da Europa Central, e nunca tinha pensado em me aprofundar nos prazeres gastronômicos dos eslovenos, romenos, sérvios, croatas ou ucranianos. Mas ao ler o "Encontro com o Chef" - Revista do Correio de 02/08/17, da Sibele Negromonte, em que descreveu tão bem a trajetória da Gabriela Korossy que, em conjunto com o Laycer Tomaz, resolveram nos apresentar a Hungria com todos os seus sabores, não poderia deixar de ir ao Duna.

 

Fotos: Correio Brasiliense

Num lugar de vários e bons, e não tão bons, restaurantes está o Duna com uma concepção muito simples, praticamente nada de decoração, nada de arquiteto famoso responsável pelo projeto, nada de louça caprichada, mas com um só objetivo: reproduzir os pratos da D. Katarina!

Infelizmente Gabriela não estava, mas só o papo inicial com o Laycer me deu vontade de provar todos os pratos principais, que não são muitos - mas precisamente quatro: Pörkölt, Kacsa, Csülök ou Macarrão com Molho de Queijo (?), para os que não comem carne. Se têm tremas, devem ser bons ..... nos dias frios eles servem, também, uma sopa de cogumelos com camembert gratinado, receita que a Gabriela conseguiu extrair a forceps de um chef húngaro. Um detalhe: os pratos são precedidos por uma salada simples de folhas com um molho de mostarda com mel.

Queríamos comer alguma coisa de aperitivo e pedimos uma meia porção de Sajtos Rudák - palitinhos de queijos nos sabores de parmesão, kümmel e anchovas. Me lembraram os palitinhos que o Laurent servia no seu restaurante, com uma diferença: os dele eram feitos com massa folhada. Os de parmesão se destacaram por terem um sabor bastante pronunciado de queijo.

Veio então a salada com todo o frescor de folhas firmes colhidas recentemente, na temperatura ideal, ou seja, bem fria sem estar muito gelada, acompanhadas de pequenas lascas de queijo, de tomates cerejas e de um molho de mostarda e mel bem feito.

DJ pediu o Pörkölt, ou Goulash (esses vocês conhecem na língua alemã), descrito assim: guisado de carne de gado acompanhado de purê de batatas. Com uma simples provada no goulash identifiquei o kümmel ou alcaravia/cominho, páprica (acho que a doce), e outros temperos. Vou definir assim: uma comida confortável, o que chamam charmosamente de 'confort  food'. Aquela que provoca conforto e bem-estar ao ser consumida, que nos lembra momentos especiais, que nos remete à comida da mãe (apesar da minha não cozinhar n-a-d-a), da avó (idem), da tia (me lembro da comida da tia Esperança), ou de alguém que é, ou foi, especial para você. Acompanhava um purê de batatas que só de olhar parecia estar muito bom.

Mas, tendo pato, não podia deixar de experimentar; então por que não o Kacsa? Picadinho de peito de pato, molho de framboesas, e batatas salteadas. Tudo o que escrevi no parágrafo anterior, poderia repetir aqui. Os pedacinhos de pato bem cozidos, o molho poderia ter um pouco mais de consistência - mas não estava ruim, e um destaque: as batatas salteadas - com o ponto corretíssimo de cozimento e salpicadas de salsinha. Aí é que voltei à minha infância, definitivamente! Gente, é isso que eu quero: comida simples e saborosa!

Não poderíamos deixar de provar as sobremesas que inclusive ficam num balcão refrigerado e você pode ir até lá e escolher dentre várias. Optamos pela Esterházy Torta (de nozes) e Mil Folhas de Baunilha, ambas excelentes sem muito açúcar, "comme il faut" - não sei como é em húngaro.

Como disse a Gabriela na matéria citada no início do post: “Trazer à tona esse tipo de memória afetiva me fez imensamente feliz.”

O nome Duna foi escolhido para homenagear o Danúbio — o rio que corta Budapeste, no idioma original.

“Köszönöm!”

Duna - Casa Húngara  

CLN 214 BL C - Brasília, DF - Tel.: (61) 3576-0102 - Terça e Quarta Feira: das 9 às 21:00 hs; Quinta a Domingo: das 9 às 22 hs.