BELÉM - MALOCA DO ORLANDO, NENA, SEU LADIR

14/04/2013 14:15
 

Alguns exemplos que o Brasil não está parado e que tem muita gente fazendo algo de bom pude constatar ontem com o passeio que fizemos dentro do Festival Ver-o-Peso, aqui em Belém.

A bordo do Amazon Queen I, ciceroneados pelo Junior, iniciamos nosso passeio com uma parada na Nena, na Ilha do Combu, fornecedora de chocolate do mais festejado chef de Belém, Thiago Castanho, dono dos Restaurantes Remansos do Peixe e do Bosque.

 

 

Nena, artesã da pequena fantástica fábrica de chocolates, com muitas histórias e sorrisos sorrisos e uma paciência digna dos ribeirinhos do entorno de Belém. 

Fiquei super emocionado ao entrar na sua casa e ter uma mesa de café da manhã simples, mas repleta de produtos locais e muita simpatia. Só vemos isso quando saímos das nossas cascas e vamos para o interior do Brasil e constatamos que ainda existem atenção, educação e carinho na recepção de convidados. 

Pacientemente ela nos explicou como é o processo da sua produção artesanal de chocolates, em todas as suas etapas. Num quartinho de, no máximo, 2 por 2m, ela transforma o cacau neste delicioso produto embrulhadinho manualmente em trouxinhas da própria folha da árvore, com duas opções: 100 ou 70%. 

Levamos chocolates e doce de cupuaçu e ela fez questão de mostrar, com muito orgulho, a sua propriedade de aproximadamente um hectare. O seu filho Anderson, torcedor do Remo e do meu querido Botafogo, tratou de me arrumar umas sementes já germinadas de algumas árvores locais.

Depois de uma hora, partimos para o nosso próximo destino: Seu Ladir.

Esse senhor de 70 e poucos fez questão de nos mostrar como sobe no açaizeiro, coisa que faz desde os 7 anos de idade para coletar os frutos. As palmeiras podem chegar a 30 metros de altura, e é uma subida e tanto!

De posse de uma peconha (as folhas do próprio açaizeiro são enroladas para formar uma "corda" que é então amarrada aos pés do coletor para facilitar a subida na palmeira, técnica usada desde o século passado), lá vai ele orgulhoso escalando o fino tronco que enverga à medida que ele sobe. Não contente com a demonstração, passa de uma árvore para outra com uma agilidade incrível e desce rapidamente, assustando a todos.

Vamos, então, para uma demonstração de como descascar uma castanha do Pará - ou do Brasil - com um facão sem cortar a mão fora ... fantástico!

 

 

Após fomos conhecer a sumaúma, a maior árvore do Brasil, com as suas raízes gigantescas e com uma altura que pode ultrapassar os 60 metros.

No final ele nos mostra como conviver com uma aranha viúva negra numa boa!!!

Figura o seu Ladir ...

A bordo e já com fome partimos para a Maloca do Orlando, que ninguém é de ferro.

No caminho assistimos uma palestra do Richarlison e o seu mel amazônico, que merece um post à parte - aguardem!!!

Chegando à Maloca do Orlando, no Furo do Arapari, mais simpatia e paparicação. O baixinho Orlando, que já recepcionou o Ferran Adria e outros chefs famosos, faz questão de nos mostrar a sua limpíssima e ordenada cozinha, coordenada pela sua esposa.

 

 

Eis a equipe nota dez das meninas que fazem as delícias do lugar ....

 

 

 

 

Os camarões e caranguejos prontos para o consumo.

 

Almoço com suco de cacau, filés de pescadas, arroz, feijão, vinagrete, açaí papa (batido na hora) com tapioca, etc, deliciosos quitutes que fizeram a nossa alegria.