RIO DE JANEIRO - ALBAMAR

Hoje recebi algumas fotos do Restaurante Albamar que meu filho (JPVG) tirou ao ir almoçar com parentes. E me deu aquela saudade das inúmeras vezes que fui lá almoçar com colegas de trabalho e amigos. Foram almoços infindáveis nos anos 70/80 em que prevaleciam os peixes e frutos do mar.  Espero um dia voltar lá e reviver esses momentos de alegria gastronômica.

Enquanto isso não ocorre, vou contar para vocês uma pequena história desse 'jovem octogenário'.

Na primeira metade do século XIX, o arquiteto francês Grandjean de Montigny projetou ali um mercado para disciplinar o comércio de gêneros alimentícios no Rio de Janeiro, sobretudo de peixes. A obra foi ampliada e inaugurada, em 1908, pelo prefeito Pereira Passos, com uma planta quadrada com quatro torreões octogonais importados da Antuérpia, na Bélgica, nas extremidades. O estilo era marcado pelas estruturas metálicas que predominaram em mercados e grandes projetos do início do século XX.

Em um desses torreões, o empresário Rodolfo Souza Dantas inaugurou, em 12 de novembro de 1933, o Restaurante Albamar, frequentado pela fina flor da sociedade. O pavilhão onde funciona o restaurante foi tombado pela União em 1962 e, neste mesmo ano, o mercado demolido. Transferida dois anos depois para o antigo Estado da Guanabara, a casa passou a ser controlada pelos empregados.

O apogeu aconteceu na década de 70, quando o restaurante voltou a atrair políticos, diplomatas e formadores de opinião. Nomes como Jânio Quadros e Juscelino Kubitschek tinham lá mesa cativa. Talvez fosse a qualidade dos ingredientes, o esmero no preparo dos pratos, a vista esplendorosa para o horizonte abençoado do Rio de Janeiro. Com o esvaziamento econômico do Rio de Janeiro nas décadas de 80 e 90, entretanto, teve início a decadência. Acuados pelo ambiente ermo das redondezas e sem recursos para ao menos fazer a manutenção do imóvel, os poucos dos 11 componentes da sociedade original decidiram passar o negócio adiante.

Em 2009, o Chef Luiz Incao, recém saído do Copacabana Palace, venceu a licitação para ocupar o local, adquiriu as cotas dos antigos sócios, convidou alguns antigos empregados para permanecer e deu início ao resgate do requinte e história do Albamar.

Aí estão as fotos enviadas na sequencia: Filé de badejo grelhado com purê de batata baroa e juliana de legumes; Frigideira de camarões graúdos com tagliatelle de legumes, sauce bisque; Picanha Angus grelhada no sal grosso, arroz maluco e batatas picantes; Trilogia de chocolate, petit gateau, sorvete de choco chips e mousse de chocolate branco.

  

Parabéns ao Chef Luiz Incao por não deixar o Albamar morrer.

Marechal Âncora, 184 - Centro - RIO DE JANEIRO - RJ - Tel.: (21) 2240-8428 / 2240-8378