RIO - TUPAC

Voltando à charmosa Aníbal de Mendonça, com os amigos FK e LS, e DJ, para conhecer o Tupac, último (o quarto) restaurante do chef Marco Espinoza - os outros são: Taypá, em Brasília, Lima e a sanduicheria El Chalaco, em Botafogo e Leblon, respectivamente. Não poderia vir ao Rio e não conhecer o Tupac!

Túpac Amaru, o Filho do Sol, liderou no fim do século 18 liderou a maior rebelião indígena da América, que incendiou o coração dos Andes.

O ambiente é clean e sofisticado com as paredes de terracota dando o tom do aconchego. Nas paredes esculturas peruanas de pedra simbolizando os deuses e/ou guerreiros incas, móveis de cor preta, tons alaranjados e uma enorme luminária de pano no teto dando as boas-vindas.

Algumas paredes são revestidas de espelhos, dando mais amplitude ao ambiente, e realçando os objetos de adorno, como um lindo quadro, cuja temática são pescadores e seu pescado, um forte elemento na culinária do Peru.

No segundo andar, um lounge aconchega ainda mais os clientes que querem somente bater um papo e degustar belisques e tomar umas bebidinhas, ou que aguardam a sua vez de comer as delícias preparadas pelo Marco. Na varanda, de frente para a Aníbal, você pode se acomodar, comer, e ver as lindas 'garotas de Ipanema' que desfilam sem parar!

O laboratório das alquimias, superequipado, está no subsolo e quem comanda é o chef Juan Carlo Artica Apolinário - o Carlito. De lá saem os pratos de uma cozinha criativa e autoral, com fusão de vários elementos contemporâneos mas não esquecendo que o Peru é o destaque!

O atendimento globalizado (argentinos, dominicanos, peruanos, australianos e brasileiros) é tranquilo e profissional e a bela Beatriz nos atendeu de forma correta e extremamente simpática. Quando me deparo com guardanapo de linho cinza, bordado com a marca Tupac e uma linda argola de metal vejo que o Marco caprichou nos mínimos detalhes.

Começamos com um Pisco Sour, de quem sou íntimo, mas queria dar um conselho: "não tome mais três", pois as consequências podem trazer dependência ... os copos são sensacionais, além do conteúdo etílico, em cerâmica peruana do Vale do Lurin (Peru).

O couvert é bastante criativo com uma latinha, tipo de atum vendida em supermercado, mas com a marca do Tupac, e dentro uma misturinha de feijões que nos foi explicado mas eu esqueci depois do...., como direi? Excesso de álcool ingerido .... acho que vocês entendem! Acompanham uns mini pãezinhos quentinhos, pastinhas levemente apimentadas e um limão recheado ou preenchido com manteiga do próprio. Bela ideia e sabor delicioso!

Pedimos para alegrar a boca, e acompanhar os piscos, uns bolinhos de quinoa e camarões que são apresentados numa 'maquete' ou platibanda, tipo um mini carro alegórico ou uma alegoria de escola de samba em miniatura. Divertido e espetacular em sabor!

Se você está num restaurante peruano tem que pedir o quê? Ceviche, é claro! E escolhemos um festival deles com todas as explicações possíveis dadas pela Beatriz, mas a memória, sem anotações, não funciona mais. São quatro tigelas com diversos tipos de ceviche que te acordam para a vida! Muito bom.

E vamos nós!

Aí foi a vez de pedir um "Porteño", mini sanduíches de asado de tira, pão de cebola, maionese de morcilla, chimicurri e inhame frito. A carne assada derrete na boca e os acompanhamentos são sintonizados em sabor e criatividade. Que coisa boa!

Partimos então para um arroz com pato (não é de ...) com molho asiático concentrado acompanhado de um risoto ao curry, mini cenouras, cebolas roxas. Fantástico!

LS e FK pediram um trufa 'tartar' que levantou suspiros na mesa. Tratava-se de 'almôndegas - bolinhos' de filé mignon trufado, com queijo Grana Padano, figos, 'crisps', aïoli, nozes e azeitonas. Parce que já um 'must' da casa.

Finalizamos com um 'húmedo' de chocolate, reunião de bolo, sorvete e bavaroise de cacau, adornado com discretas folhas de ouro. Não poderia ser melhor!

Com o café aparecem as 'mignardises' brotando dos troncos como se fossem cogumelos selvagens, fechando com chave de ouro o nosso belo almoço de reencontro!

Saímos igual aos amigos da Babette, só que não fomos conversar com as estrelas pois era de tarde. Falar mais do chef Marco Espinoza é impossível, pois se supera todas as vezes que saio de Brasília e provo as suas delícias.

Super indico quem estiver no Rio e queira comer bem.

Tupac - Rua Aníbal de Mendonça, 132 – Ipanema - Rio de Janeiro/RJ - Tel.: (21) 3592-4941