SÃO PAULO - EPICE

08/05/2013 14:08
 

Encerrando o meu tour paulistano, fui conhecer o Epice com os "parentes gourmets" R e NG (ainda os considero assim), e ver o tão badalado chef Alberto Landgraf em ação. Desde que o chef Alex Atala o elegeu como um dos 5 maiores chefs do momento, as notícias pipocaram na mídia e o colocaram no rol dos queridinhos da gastronomia.

Ao chegar no Epice dou de cara com ele no bar batendo um papo com outras duas pessoas, sem nenhum sinal de estrelismo ou algo parecido. Aliás vendo algumas participações em tv ou lendo entrevistas dadas em revistas, esse rapaz de trinta e poucos anos me passa uma humildade que não coaduna com o seu recém passado de trabalhos com Gordon Ramsay (restaurante Royal Hospital Road, com três estrelas Michelin), além de Neville Campbell, Tom Aikens, Anthony Demetre e do francês Pierre Gagnaire. Outros, por muito menos, sequer olham para você e se acham!!!

Com uma ascendência nipo-germânica e oriundo da cidade de Maringá, no Paraná, foi para Londres aprender a cozinhar e como aprendeu ...

Em 2011 abre o Epice e vem se firmando dia a dia.

 

O espaço é pequeno (38), constituído de um corredor comprido com mesas dos dois lados  e um pequeno bar na entrada. Decoração clean, normal, nada de luxo ou extravagâncias. Serviço correto, atencioso, sem ser opressivo. O atendente sabe explicar tudo sobre os pratos que estão no menu - o que realmente deve acontecer.

A idéia era escolher degustar o menu de 12 pratos que levam o chef a exercitar todos os seus conhecimentos culinários. Mas, ao mencionar alguns cursos com orelha de porco ou coração de pato os ânimos dos meus convidados esfriaram e optamos em pedir algo normal como uma entrada e um prato principal. Mas vou voltar para experimentar tudo isso ...

O menu é bastante enxuto e detalhado com poucas opções,  o que acho correto - nada de menus longos com opções exaustivas.

O couvert nos é apresentado com pães quentinhos e de vários tipos: pão de azeitona, brioche de bacon, pão de semolina e mini-mini-mini baguete (não está errado, é mini mesmo), acompanhados de manteiga, flor de sal e azeite. Deliciosos!

Escolhemos para começar a charcuterie da casa: terrine de joelho de porco perfumada com conhaque (tipo um "fromage de tête", mas muito gostoso), rillette de porco, mousse de foie gras que era para ser degustada com um chutney de cebola roxa, rémoulade de couve flor crua (ótima), pé de porco frito, e um "presunto cru" de pato que estava divino e muito melhor que muitos "prociusttos" que já comi.

 

Acompanhando a charcuterie pedimos um Espumante Miolo Brut.

NG pediu um robalo sauté, farofa de amêndoas, purê de limão (ótimo), alho porró, cerefólio e molho vierge (tipo um vinagrete) à la Landgraf.

RG escolheu um polvo cozido em baixa temperatura, brócolis e um bouillon de milho. Simples e cativante!

Eu fui de barriga de porco crispy, também cozida em baixa temperatura (é a moda atual), três dias de maturação na geladeira (o que a deixa mais fácil de manipular e cortar), temperada com melaço e sal, que depois de um dia é lavada e enrolada em um pano, em que descansa por 45 dias. Acompanhavam uma batata gratinada em bloco e porções de pupunha, circundados por molho e espuma. Aja criatividade.

Noite super agradável, com saudades sanadas e comida deliciosa. Voltarei!

Rua Haddock Lobo, 1002, tel. (11)3062-0866